domingo, 30 de dezembro de 2018

Eu não fazia sentido algum, socorro!

De vez em quanto eu me lembro que este blog existe. Fisicamente, se é que podemos dizer assim, ele está aqui, mas deixou de existir em minha vida há muito tempo.

De qualquer forma, às vezes me lembro que ele existe e o quanto ele foi importante em sua época. Revisitá-lo quase cinco anos depois, no entanto... Não foi uma experiência agradável. Vou explicar o porquê.

Cinco anos atrás eu estava no fundo do poço, mas sem saber como o fundo do poço se parecia, eu achava que estava tudo bem -- apenas os dramas de um pós-adolescente, certo?

Errado. Poucos meses depois que parei de desabafar neste site às 4 da madrugada, eu entrei em colapso. Eu estava no auge de uma depressão que me era prometida há muito antes da minha existência e quando chegou, em silêncio, me derrubou da pior forma possível. 

Em meados de 2013 eu me auto-mutilava, em 2014 eu mal saía da minha cama a não ser que significasse ir ao banheiro ou tomar água. Perdi muito peso, me perdi em mim mesmo, quase fui parar a sete palmos do chão... Sabia que o surto chegaria a qualquer momento. E ele chegou.

Hoje, volto aqui diferente. Não há cura para a depressão e existe muito o que eu tenho a aprender com isso, ainda mal sei lidar com ela. Hoje eu sou um jornalista formado, autor de um livro, tenho meu passaporte carimbado e uma rede de amigos incrível -- que felizmente, sempre tive. Mas porquê eu ainda me sinto como se não precisasse pensar duas vezes se me oferecessem dormir eternamente? Hmpf.

Uma outra coisa também continua a mesma, eu ainda estou sozinho desde as últimas desventuras que descrevi neste blog.

Não consegui ler todos os textos hoje, quando lembrei que este lugar existia. Todos os devaneios e confissões me soam tão... cringe worthy. Se você está lendo isso agora, antes de descer a barra de rolagem ou escorregar o seu dedo para baixo, recomendo que não leia nada. Mas se ainda assim, quiser ler o que escrevi em um dos piores momentos da minha vida, de antemão peço desculpas, eu não sabia o que estava dizendo. 

Sem querer desqualificar o que eu estava passando na época, é tudo muito válido, claro. Acredito que crescer seja isso. Não prometo não transbordar mais pela internet, pois sabemos que eu não resisto a me sentir como uma boa e velha Carrie Bradshaw, mas prometo, me questionarei algumas vezes se estou fazendo a escolha certa e deixarei para a minha psicóloga (que eu ainda tenho que encontrar) desvendar o mistério.

domingo, 6 de julho de 2014

I wish I had a love to call mine

É tudo um caos e ao mesmo tempo não é. A sociedade é uma coisa engraçada, te impõe metas e expectativas que se não forem alcançadas prontamente te tacham como um fracasso. Mas eu sempre me pergunto: vale a pena viver uma vida robótica apenas por medo do desapontamento?

Você nasce com uma vida praticamente planejada. Estuda, cresce, faz faculdade, namora, arruma um trabalho, casa, tem filhos, netos e assim por diante. Não que seja culpa dos nossos pais, ou dos pais dos nossos pais, entende? É pragmático. E poucos têm a coragem de quebrar essas barreiras.

Eu me esforço. Na verdade, eu acho que me esforço, mas eu sou só mais um robô pré-fabricado pela sociedade. Aos poucos minhas peças caem, e então eu poderei parar de ver a vida passar como um borrão pelas janelas que são meus olhos. Não há fast-foward ou pause.

A gente sempre está a procura de amor. Seja quem for, onde for. Mesmo em negação ou lá no fundo da nossa caixola. Sortudos são aqueles que já o encontraram. Esses são os mesmos que se arriscaram, viveram. Afinal, ele não irá bater na sua porta ou te acordará com um beijo. Num passe de mágica.

É mágico sim, suponho. E talvez o "amor verdadeiro" te acorde com um beijo. Não como nos contos de fadas, mas talvez ele te desperte da vida robótica a qual você esteja vivendo. Fazer o quê, eu sou apenas mais um clichê. Achando que está dando o primeiro passo de muitos.

Useless

As pessoas continuam me dizendo que eu não sou o problema. Mas não posso evitar que o pensamento contrário surja no fundo da minha cabeça. Eu sei que o mundo tem problemas maiores do que o meus e que talvez a minha existência seja tão insignificante quanto um grão de areia que vem e vai à beira da praia.

Existe um buraco no meio do meu peito que não palavras gentis não podem preenchê-lo. A solução na teoria pode ser fácil, se você olha de fora. É só a ponta do iceberg, há mais por baixo, undercover. E por vezes eu cansei de reclamar pra mim mesmo e dizer que tudo ficará okay. Mas eu estou enganando a mim mesmo.

Como posso eu não ser o problema? Eu sou a fonte de tudo que está errado em minha vida. Se eu não escondesse a verdade dos meus pais, só pra começar. Se eu tivesse voz pra gritar tudo aquilo que me incomoda. Se eu tivesse coragem, tanta coisa teria sido feita. O que é a existência? Sou facilmente apagável.

Estou ficando cansado e preciso de um minuto de coragem insana.

Há várias coisas que eu preciso posso fazer com sessenta segundos. Eu poderia abrir a boca e simplesmente falar (e correr depois) (ou ficar também). Eu poderia morrer e ainda sobrariam segundos. Eu poderia me olhar no espelho com dó de mim mesmo. Eu poderia correr pra bem longe. "And if you have a minute why don't we you go?", como diz naquela música.

Eu não sou realmente feliz, mas quem é? Minha vida é feita de pequenos momentos felizes. Talvez você - que está lendo isso aqui - tenha sido parte de um desses momentos e nem saiba. Eu nem sei mais o que estou falando. Só sei que estou ficando cansado e talvez alguma hora eu não me importe mais em pegar o caminho mais curto.

domingo, 1 de junho de 2014

Alguns "talvez", nós e o amor verdadeiro.

Acho que eu estou enlouquecendo. Cada vez mais eu falo sozinho e me imagino desabafar para meus amigos como se eles realmente estivessem presentes no momento. Mas é apenas imaginação. E o que me dá mais medo é que às vezes eu realmente acredito nessas fantasias. Como se fossem reais, como se fossem memórias.

O que talvez seja realmente a verdade, que eu sou uma pessoa oca. Como uma gaveta vazia. Você espera que ela esteja cheia de roupas e ela aparenta estar, por fora. Mas quando você a abre não há nada além do vazio. Que fica escuro quando é fechada. Sozinha.

Envelhecer me assusta. E eu realmente me sinto depressivo por saber que eu não sou capaz de captar o interesse de alguém. De uma maneira boa. Talvez eu esteja certo desde o começo (quando eu não fazia ideia do quão fundo eu estava falando), no fim da minha vida, eu vou ter estado sozinho. A não ser pelos meus amigos.

Minha vida é cheia de nós. Apertados e possivelmente difíceis de serem desfeitos. E eu os sinto, bem aqui no âmago da minha garganta. E quando eu penso que sei como me livrar deles, não sei. Então eles continuam ali. E eu finjo que não os sinto, às vezes.

Algumas horas atrás  eu estava num casamento. E no altar, quando os noivos se olharam logo após de dizerem seus votos eu senti, pela primeira vez na minha vida o que é amor verdadeiro. Uma coisa que embora eu sempre gritei aos quatro ventos que acredito, nunca havia realmente visto. Ou sabido o seu real significado. Foi naquele momento, vendo-os se olharem com tamanha intensidade que esses nós apertaram mais fundo do que costumam o fazer. E eu chorei.

Chorei por perceber que talvez eu nunca encontre - ou nunca seja encontrado por - alguém que me olhe daquela maneira. Chorei por perceber que embora eu pensasse que havia sentido amor de verdade por alguém, não o senti. Chorei de inveja, por também querer aquilo - o sentimento - pra mim. Chorei apenas para ter uma desculpa pra chorar com a esperança de desatar alguns nós. Não desatou.

Ainda tenho medo. E isso me sufoca.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Love

Uma palavra tão pequena para um significado tão grande.

Para algumas pessoas, expressar o que sentem não é algo complicado. Sentem e declaram isso como água saindo da torneira. Simples. Essas pessoas não tem medo de se colocarem na linha e enfrentam de cabeça erguida.

Outras pessoas lutam com todas as suas forças contra esse sentimento. Sabem que ele está ali, ele é de casa, não vai embora. Cometem muitos erros por sentirem um aperto por dentro. É questão de orgulho? Medo de ser vulnerável em frente a outras pessoas? Talvez seja tudo isso. Talvez não seja nada também.

Pra mim, o amor nunca foi um sentimento tão complexo assim. Sempre fui desses que não pensam duas vezes antes de admitirem o que sentem (para si mesmos) e são capazes de jogar tudo pra cima se sentirem que é o certo. O problema é que toda vez parece certo.

Mas essa palavrinha pequena já causou tanto estrago. E eu não me arrependo, trouxe sempre algo novo consigo. Quando bate na minha porta eu deixo entrar, sempre há lugar. Pra que lutar contra algo que eu sei que não irá embora? Então percorro todo o caminho, como se fosse a primeira vez, e se a rua for sem saída eu entendo. Embora dar de cara com a parede doa, eu dou a volta, respiro e espero vir me visitar de novo.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Uma carta para o passado

Caro garoto que sonha alto e vive no próprio mundo de fantasias, um dia você irá aprender a voar mais alto. A sua vida não será como você desenha. Você irá apagar alguns rabiscos muitas vezes e seus traços, ideias e medos mudarão. Então segure o lápis em uma mão e a borracha na outra.

Você irá se apaixonar. Várias vezes. E acredite: todas elas parecerão o fim do mundo. Eu gostaria de te dizer que irá parar de doer em algum ponto. Mas ainda doerão. Sempre vão doer, cada uma de sua maneira diferente. Mas ei, não deixe de sentir e aprender com todas elas!

Você se apega tão fácil das pessoas que não consegue ver que algumas nem são suas amigas mesmo. O tempo irá te mostrar quem é pra sempre e quem nunca foi. Sem nomes agora. Você joga o jogo tão bem com as suas regras e isso é único, não mude-as.

Saiba que ao longo desse caminho até aqui você terá algumas pessoas que o amarão de verdade, mas você já entendeu porque elas o amam tão puramente? É uma coisa que eu descobri a pouco tempo. É porque você sem perceber as puxa pelos sentimentos. Você as entende, você é de açúcar (por mais que tente não ser). Alguns sorrisos podem mudar seu dia, você verá.

Nunca deixe de acreditar, por mais que tentem te transformar no contrário. Siga a sua intuição. Mas você precisa agir! E quando as luzes se apagarem e você se sentir perdido, coloque aquelas músicas que te fazem sentir aquela sensação na barriga (é claro que você sabe qual é) e deixe-as levar tudo embora.

Alguns ciclos precisam ser encerrados, é assim que funciona. Aproveite cada momento que você tem agora para que hoje tenha somente lembranças que te façam sorrir e rir. Se der pra defender a sua opinião, defenda. Mas nunca deixe de ser quem você é.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"I just wanna see you be Brave."

A aceitação vem de dentro. Quando a gente sabe o que é e se abraça, as coisas de fora não fazem o menor efeito. A sua pele não coça mais quando todo mundo te olha e você não "desaprende" a andar quando tem que passar pela rua cheia de gente parada.

Felizes são aquelas pessoas que demonstram quem são no interior, mesmo que o frio na barriga esteja a sufocando. Essas pessoas sabem o caminho da felicidade, pois conquistam os seus medos enfrentando-os. Pessoas para nos julgar sempre existirá, mas me diga, qual a influência que elas teriam na sua vida se tais opiniões não fossem mudar nada em quem você é?

Claro que há obstáculos e cada um sabe o momento de capturar seus medos e aprisioná-los lá no fundo de algum buraco bem fundo, mas porque não começar com um pequeno por vez? Aí então você saberá como pular em cima do grandão e será a coisa mais água com açúcar.

Seja a forma como você se vê no espelho, a sua voz, sexualidade ou até mesmo aquela espinha chata que apareceu de manhã. Todos odiamos essas coisas em algum ponto da nossa vida, ninguém é perfeito. A sua voz é mais poderosa do que de qualquer outra pessoa, domine-a.

Música que me fez sentir borboletas e me inspirou a escrever esse texto (que eu relerei pelo resto da minha vida):